Crónicas da cidade
Cegos,
surdos e mudos
Era
mais um dia fatigante, triste e solitário. Na verdade, era apenas um dia igual
a tantos outros.
Estava
distante, pensando através do vidro do carro, o mesmo que me separava do mundo
exterior e da confusão que se gerava logo pela manhã.
Enquanto
esperava na longa fila de carros que se mantinha à minha frente, liguei o
rádio. A música já tinha acabado e, poucos segundos depois, ouço uma voz
incrivelmente grossa e apelativa. Encostei-me confortavelmente no banco e
fiquei a escutá-la. Quando a mensagem acabou, esbocei um sorriso, olhando para
a pessoa que se encontrava no carro ao lado.
Nesse
momento, percebi a razão daquela mensagem. Não é que as pessoas estejam
erradas, é que apenas não dão o melhor de si. Hoje ignoram o que sentem, mas
amanhã talvez não tenham a oportunidade de dizer o quanto amam os outros, pois
só sabem valorizar alguém, quando essa pessoa já não está por perto. Aí, o sentimento
já parece remoto e pouco exibido, e dessa forma as aparências tomam o seu
lugar. Vivemos de aparências, procurando sempre atingir os ideais.
Até
que ponto podemos ser tão fúteis? Até ao ponto de pensarmos que iremos ficar cá
para sempre, mas somos apenas convidados neste mundo. O ser humano tem de
aprender a superar, a aprender e a melhorar, partindo das suas experiências.
Mónica Marinho 9º B Nº 18
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