sexta-feira, 8 de junho de 2018


Sábado na BE!
          
      De janeiro a maio foram cinco as sessões de Sábado na BE.
    A história de janeiro, “O último livro antes de dormir”, de Nicola O’Byrne, é uma verdadeira homenagem aos clássicos da literatura infantil.
     Toda a gente sabe que a última história antes de ir dormir é a melhor, mas nesta história todos os personagens querem entrar! 
      É aí que o conto tradicional dos três porquinhos dá uma reviravolta, e vemos aparecer a Cinderela e o Capuchinho Vermelho que, com alguma balbúrdia e muito humor, vão surpreender os pequenos leitores.
      Uma história que permitiu a participação ativa dos participantes, que relembraram as personagens e as aventuras de histórias conhecidas desde sempre. No ateliê, crianças e adultos construíram um porquinho mealheiro.
     Em fevereiro, mês mundialmente dedicado aos afetos, abordamos a história de Davide Cali e Anna Laura Cantone, “O que é o amor?”.
       “O que é o amor?”, questiona-se Emma. Pergunta à mamã romântica, ao papá adepto de futebol, à avó doceira e ao avô apreciador de automóveis. Todos lhe dão respostas diferentes. Como é que o vai encontrar? Emma sente a cabeça a andar à roda… Uma deliciosa história, com questões que fazem todos pensar no mais nobre dos sentimentos. E as conclusões são sempre excepcionais, vindas de cabeças e corações ainda tão “pequeninos”. No espaço dedicado às artes, cada participante, com a habitual ajuda dos adultos, construiu um jogo do galo com peças alusivas ao amor.
      Em março, no âmbito da(s) semana(s) da leitura, “Madeline Finn e o cão da biblioteca, de Lisa Papp, fez as delícias de miúdos e graúdos.
      A Madeline Finn NÃO gosta de ler. Nem livros. Nem revistas. Nem sequer o menu na carrinha dos gelados. Até ao dia em que conhece Bonnie, um cão de biblioteca. Na verdade, é divertido ler quando não temos medo de nos enganar. A Bonnie ensina a Madeline Finn que não faz mal ir devagar. E continuar a tentar. E ter o apoio de um amigo.
    Uma história com que facilmente muitas das crianças se identificaram e, ao mesmo tempo, perceberam que há sempre uma forma de ultrapassarmos as nossas dificuldades. No ateliê fizeram um marcador de livros com motivos sobre a história e um coelho, em alusão à Páscoa que se aproximava e à personagem de peluche que acompanhava Madeline para todo o lado.
       Em abril, para assinalar a liberdade, “O soldado João”, de Luísa Ducla Soares, animou a manhã.
      O soldado João não é a história de um guerreiro bravo e invencível, que sonha combater em busca da glória. O soldado João era um rapaz simples, amigo de todos, que só queria viver em paz. Então, como escapar às ordens do sargento, do capitão e do general que o mandavam matar quando ele só sabia manobrar a solidariedade, a alegria, o humor, desafiando todas as ordens militares? Que lhe terá acontecido? No ateliê, cada criança construiu o seu soldado para colocar no lápis.
       Em maio, última sessão deste ano letivo, a história foi "Uma vaca de estimação", de Luísa Ducla Soares.
       Que bela companhia nos faz um bichinho de estimação! Mas… e se for uma vaca?

      Foi justamente esse o animal que um velho professor levou para o seu apartamento atulhado de livros. Então começaram as suas aventuras e desventuras extravagantes e divertidas.
       Muito divertido!
       No ateliê cada participante construiu as suas "vacas de estimação".










    Excelentes sessões de leitura, com dinâmicas muito próprias, cujos ateliês associados proporcionam momentos de aprendizagem misturados com diversão e partilha entre miúdos e graúdos, provando que a iniciativa tem muitos motivos para continuar. Porque ler é…voar!

quinta-feira, 7 de junho de 2018


Histórias da BE

           Desde janeiro, foram várias as histórias trabalhadas no âmbito do projeto Histórias da BE com as turmas dos JI de Arcozelo, Brandara e Cepões.
          “Marley, o cão traquinas”, de John Grogan, conta-nos a história de um cãozinho labrador muito especial… A mamã, o papá, a Carlota e o Luisinho dão as boas-vindas ao Marley, um cãozinho ainda bebé. Só que o Marley não fica pequenino por muito tempo; cresce e, quanto maior fica mais sarilhos arranja: e que sarilhos! Entre muitas outras traquinices, roeu os óculos da mamã e engoliu o livro de cheques do papá. Marley tenta verdadeiramente ser um bom cão, mas todas as suas tentativas acabam por fracassar. Até que um dia Marley vai longe de mais... Será que esta família vai ter de encontrar um novo lar para o seu cão grande, um pouco maluco, mas com bom coração?
Esta magnífica história de John Grogan é uma adaptação do seu best-seller Marley & Eu, a pensar nas crianças. Segundo o próprio autor, trata-se da “reconfortante e inesquecível história sobre como o amor por alguém, ou por um animal, nos pode surpreender com recompensas inesperadas”.
Traquinices de um cão que ficaram na mente e no coração dos pequenos ouvintes…
“Matilde tem muitos amigos!!!”, de Mary Katherine Martins e Silva é a história  da Matilde, uma menina que gosta muito da família, dos amigos, de brincar e de conseguir fazer várias coisas sozinha. Uma das coisas que faz com que a Matilde seja tão feliz é ter muitos amigos. São todos diferentes e com eles está sempre a aprender coisas novas.
“A que sabe a lua?”, de Michael Grejniec, é outra fantástica história.
Há já muito tempo que os animais desejavam provar a Lua. Seria doce ou salgada?
Tudo o que queriam era provar um pedacinho. À noite, olhavam ansiosos para o céu. Esticavam-se e estendiam os pescoços, as pernas e os braços, tentando alcançá-la...
Quem nunca sonhou alguma vez em dar uma trincadela na Lua? Mas como? A tartaruga teve uma ideia genial: "Talvez entre todos consigamos alcançá-la".
“Os ovos misteriosos”, de Luísa Ducla Soares, também encantaram.
Uma galinha punha um ovo todos os dias e todos os dias a dona lho levava. Cansada de tão grande injustiça, a galinha fugiu para a floresta onde fez um ninho muito confortável. Passado pouco tempo, cinco ovos apareceram no seu ninho: uns grandes, outros pequenos, uns mais claros, outros mais escuros. Embora admirada, chocou-os todos, vendo nascer uma insólita ninhada: um papagaio, uma serpente, uma avestruz, um crocodilo e um pinto. 
Todos irmãos, e todos diferentes, formavam uma ninhada engraçada, que a mãe-galinha tinha dificuldade em controlar e em alimentar. Mas todos, de modos também diferentes, partilhavam entre si o mais nobre dos sentimentos: o amor.
Um livro em que a doce ternura que o atravessa não impede o humor e o ritmo tão característicos desta autora e que envolve as crianças nas questões da multiculturalidade.
Porque a leitura faz-nos crescer, aprender, viajar, sonhar…










Conta-nos uma história!

O Projeto Conta-nos uma história soma e segue…
Desde janeiro tivemos seis sessões deste projeto que conta com a preciosa colaboração das famílias em sessões de leitura.
A turma A1A, da professora Manuela Fernandes, veio à biblioteca para ouvir a D. Patrícia, mãe do João Vítor, contar (e encantar) a história “Matilde tem muitos amigos!!!”, de Mary Katherine Martins e Silva.  A Matilde é uma menina que gosta muito da família, dos amigos, de brincar e de conseguir fazer várias coisas sozinha. Uma das coisas que faz com que a Matilde seja tão feliz é ter muitos amigos. São todos diferentes e com eles está sempre a aprender coisas novas. E a turma A1B descobriu quem são esses amigos, pois a D. Patrícia conseguiu captar a atenção de todos e contou com a colaboração de meninos e meninas, que tiveram a oportunidade de “privar” com as várias personagens da história, tão bem construídas pelo João Vítor e a sua família.
Mais uma extraordinária sessão, em que a leitura, sempre tão importante, foi rainha.
Obrigada a todos os participantes e dinamizadores! Porque ler torna tudo possível…



Para mais uma história, mais um momento de leitura, de partilha, de ternura e de muito boa disposição veio à biblioteca a D. Ana, a mãe do Vasco, da turma A1B, da professora Paula Pereira. Veio contar a história “O Cuquedo”, da autoria de Clara Cunha. O Cuquedo andou à solta! Mas o que é o Cuquedo? Será um pássaro? Será um avião? Não! É uma lengalenga original e muito divertida. Muito divertida foi também a D. Ana, que contou a história com excelente expressividade, conseguindo a colaboração dos meninos e meninas que a ouviam, deliciados.
Porque ler é dar asas à imaginação!
Obrigada a todos os participantes e até à próxima história…


Uma outra sessão do Conta-nos uma história foi com a tuma A2A, da professora Rosa Lima.
 O Sr. Luís, pai do Daniel, contou a história “As crianças que não eram como crianças”, de J. L. Garcia Sanches, sobre crianças que não se portavam como crianças: não brincavam, não riam, não se sujavam, nunca se portavam mal. Mas, tudo acabou bem e as crianças souberam ser crianças, agindo de acordo com os seus deveres mas, acima de tudo, sendo felizes com os seus direitos. Passaram por isso, a saber sorrir, rir, brincar, não esquecendo de efetuar responsavelmente as suas tarefas. De vez em quando também se portavam mal… Mas isso também é ser criança…
Mais uma extraordinária sessão de leitura e cumplicidade entre os intervenientes.
No final fomos todos presenteados com um delicioso biscoito, guardado com expectativa para a sobremesa. Porque os doces, de vez em quando, também fazem parte…
Obrigada a todos! Ler torna tudo possível…


À turma A2B, da professora Helena Silva, a D. Sandra Trigo, mãe do Diogo, veio contar a história Robin dos Bosques, um clássico da Disney e uma das histórias favoritas do Diogo.
A mãe do Diogo estava de parabéns nesse dia, por isso foi contemplada com as vozes dos nossos pequenos que lhe desejaram um feliz aniversário cantando a tradicional canção “Parabéns a você”.
Depois veio a história: após a partida do rei Ricardo de Inglaterra o seu irmão João usurpou-lhe o trono, subiu os impostos e empobreceu o povo. Perante estes excessos, Robin dos Bosques, adepto do verdadeiro rei, decidiu esconder-se na floresta de Sherwood e exercer a sua própria justiça: roubava o dinheiro arrecadado pelos lacaios do rei João e repartia-o pelos mais necessitados. Robin dos Bosques era apaixonado por Lady Marian, com quem acabou por casar.
Uma história que encantou os ouvintes, que estiveram sempre muito atentos, mostrando, no fim, ter percebido bem o que lhes foi contado.
Excelentes momentos de leitura, à mistura com muita ternura, como sempre acontece nas sessões do Conta-nos uma história.
Obrigada, D. Sandra, Diogo, turma e professora Helena!


Para a turma A2C, da professora Marta Miranda, a D. Catarina, mãe da Diana, trouxe a história Madeline Finn e o cão da biblioteca, de Lisa Papp. Madeline Finn é uma menina que não gosta de ler (nem livros, nem revistas, nem sequer o menu da carrinha dos gelados) porque ainda não consegue ler muito bem, por vezes engana-se nas palavras e tem vergonha de ler em voz alta. Também porque quer uma estrela, porque os bons leitores da sala dela recebem estrelas e ela "só" consegue corações a dizer "Continua a tentar"... Até ao dia em que conhece Bonnie, um cão - ou melhor, uma cadela - de biblioteca, que ouve Madeline com atenção e paciência, sem nunca fazer troça. É então que Madeline aprende que é divertido ler quando não temos medo de nos enganar. A Bonnie ensina a Madeline Finn que não faz mal ir devagar. E continuar a tentar. E ter o apoio de uma amigo.
Uma história extraordinária sobre leitura mas, especialmente, sobre motivação e perseverança.
Obrigada D. Catarina, Diana, professora Marta e turma, pelos bons momentos proporcionados! 

A turma A4B, da professora Fernanda Cunha, teve o privilégio de ouvir duas histórias. A primeira foi contada pela D. Jeanine, mãe da Luana, que veio ler à turma um excerto da obra “A Fada Oriana”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Os alunos estavam a estudar a obra para participarem na fase escolar do Concurso Nacional de Leitura.
Depois de uma breve apresentação da autora e das suas várias obras, pela professora bibliotecária, a professora Fernanda colocou algumas questões para recordar a parte da obra que a turma já conhece e os alunos provaram estar a seguir a leitura com a máxima atenção, pois sabiam todos os pormenores.
Seguiu-se a leitura da D. Jeanine, acompanhada da sua sempre atenta Luana, que narrou, de forma muito expressiva, o capítulo VI – A floresta abandonada, captando a atenção de todos os ouvintes que, no final, não só mostraram ter compreendido o que ouviram como evidenciaram curiosidade pelo que viria a seguir…
Mais um momento de leitura ímpar. Porque ler é voar…

A segunda história, “A menina gotinha de água”, da autoria do escritor Papiniano Carlos, foi contada pela D. Sofia, mãe da Joana, e fala-nos de uma gotinha de água e do seu percurso ao longo da sua vida.
A gotinha vive no mar juntamente com as outras gotinhas suas irmãs e com elas faz grandes viagens, sofrendo sempre várias transformações. A gotinha transforma-se em chuva, em fonte, em ribeiro, em rio, regressando depois a casa: o ciclo da água relatado de forma poética e didática. 
            Como sempre, os jovens ouvintes estiveram muito atentos e provaram-no quando lhes foi proposto o resumo da história. Logo no início da sessão deram provas do trabalho de pesquisa efetuado acerca do autor, respondendo acertadamente a todas as questões colocadas pela professora Fernanda.
Mas, desta vez, a festa não foi só da leitura…
No final da sessão cantamos os parabéns à Joana, que comemorava o seu décimo aniversário. Muitas mensagens carinhosas dos seus colegas e amigos de turma e algumas prendinhas, porque também fazem parte, concluíram, de uma forma muito doce, mais um excelente momento dedicado à leitura.
Obrigada, D. Sofia, turma e professora Fernanda!
Porque ler torna tudo possível…

A Biblioteca Escolar agradece a todos quantos se envolvem num projeto tão importante como o Conta-nos uma história, uma vez que alia a importância da leitura à grandeza de o fazer com/em família.



Concurso Nacional de Leitura

            Os alunos Matilde Costa (primeiro ciclo), Bárbara Pereira (segundo ciclo), Joana Antunes (terceiro ciclo), e Jorge Melo (ensino secundário), foram os vencedores da fase escola do Concurso Nacional de Leitura, tendo participado na fase concelhia, que decorreu no dia 13 de abril, na Biblioteca Municipal de Ponte de Lima.
            Para participar nesta fase do concurso, a Matilde leu “O grilo verde”, de António Mota, a Bárbara leu a obra “Os olhos de Ana Marta”, de Alice Vieira, a Joana leu “A história do senhor Sommer”, de Patrick Suskind, e o Jorge leu “Se isto é um homem”, de Primo Levi.
            Após uma prova oral acerca das obras, tiveram de ler um excerto, escolhido por eles, e explicar a escolha (à exceção da Matilde, já que a prova de argumentação não estava prevista para o primeiro ciclo).
            A Bárbara e a Joana sagraram-se vencedoras do segundo e do terceiro ciclo, respetivamente, o que as levou à fase intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura, que decorreu em Vila Nova de Cerveira, no dia 17 de maio.
            Para esta etapa leram “O caderno do avô Heinrich”, de Conceição Dinis Tomé (segundo ciclo), e “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway (terceiro ciclo).
            A Joana participou na prova escrita e a Bárbara apurou-se ainda para a prova oral.
            Apesar de não terem siso selecionadas para a final distrital, que decorrerá em Pombal, no dia 10 de junho, ambas tiveram uma excelente prestação, e, por isso, estão de parabéns!
            Aqui ficam as fotografias dos eventos: o grupo que participou na BMPL e, em V. N. de Cerveira, com os colegas do Agrupamento de Escolas de Ponte de Lima, concorrentes do primeiro ciclo e do ensino secundário, e que se apuraram para a final de Pombal. Parabéns também a eles e a todos aqueles que participam nestas iniciativas, evidenciando o seu gosto pela leitura.
           






Posso ler-vos uma história?

            A Flávia Cício, do 12.º ano, sob orientação da professora Ana Cristina Martins, propôs ler uma história aos alunos mais novos.
            Assim, numa terça-feira, logo pela manhã, antes de começarem as atividades letivas no Centro Educativo de Arcozelo, um grupo de alunos do primeiro dirigiu-se à biblioteca para ouvir “Gosi, o prisioneiro de Senda”, de Paco Capdevila, uma história escolhida pela Flávia, entre as várias existentes na biblioteca escolar.
            A Flávia foi uma boa contadora de histórias, cativando a atenção de todos.
            Parabéns, Flávia, pela tua iniciativa!



Exposições

            Páscoa
            Na última semana do segundo período e na primeira semana do terceiro período esteve exposta na biblioteca de Arcozelo uma exposição sobre os Símbolos da Páscoa com trabalhos efetuados por alunos de sexto ano, no âmbito da disciplina de EMRC.
            Uma iniciativa interessante para percebermos o significado que têm os objetos e os animais associados à Páscoa, nas crenças católicas.
            Cruz: símbolo do Cristianismo, uma vez que Jesus morreu numa Cruz.
            Círio Pascal: representa a ressurreição de Cristo.
            Sinos: anunciam a ressurreição de Cristo no domingo de Páscoa.
            Pão e vinho: simbolizam o corpo e o sangue de Cristo.
            Cordeiro: para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados.
            Peixe: simboliza a vida e a fé das pessoas em Jesus Cristo.
            Coelho e ovo: simbolizam a fertilidade e a esperança numa nova vida.













Pop Art
            De 23 de abril a 4 de maio esteve patente uma exposição de alunos do 9º ano, no âmbito da disciplina de Educação Visual, sob orientação dos professores Luís Loureiro e Rui Pinho, sobre Pop Art.
            Pop Art é um movimento artístico que surgiu na década de 60, em Inglaterra, e alcançou a maturidade na década de 80, em Nova Iorque.
            Este movimento propunha-se demonstrar, através das suas obras, a massificação da cultura popular e capitalista. Procurava uma estética para as massas, tentando achar a definição do que seria a cultura “pop” e aproximando-se do que costuma chamar de Kitsch.
            Diz-se que a Pop Art é o marco de passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura ocidental.
            Andy Warhol (1928-1987) foi um dos principais artistas do movimento Pop Art. A década de 60 marcou uma viragem na sua carreira de artista plástico, em que passa a utilizar os motivos e conceitos da publicidade nas suas obras, recorrendo às cores fortes e brilhantes e às tintas acrílicas.
            A conhecida frase “No futuro todos serão famosos durante quinze minutos” é da autoria de Warhol, que previu um futuro em que a produção cultural seria distribuída por meios de produção de massa, como qualquer outro objeto de consumo.
            Será que esse futuro chegou?
              








quarta-feira, 6 de junho de 2018


Miúdos a votos! – os livros mais fixes
           
            No dia 23 de abril, integrado no Dia Mundial do Livro, foi dinamizada a atividade "Miúdos a votos!", na Biblioteca Escolar.
            “Miúdos a votos” é uma iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares e da VISÃO Júnior, que começou no ano letivo 2016/2017. A RBE e a VISÃO Júnior organizam a eleição dos livros preferidos das crianças e jovens portugueses, a quem é dada a possibilidade, através de uma eleição realizada nas escolas, de votarem no livro de que mais gostaram até hoje. O processo é semelhante ao das eleições políticas, promovendo simultaneamente a leitura e a cidadania: recenseamento, apresentação de candidaturas, campanha eleitoral, votação e escrutínio dos votos, organizados e participados por alunos. Durante a campanha eleitoral, estes defenderão junto dos colegas os seus livros preferidos – podendo fazê-lo em comícios, cartazes, programas de rádio e televisão, sessões de esclarecimento, debates… A iniciativa é aberta a todas as escolas que tenham alunos do 1º ao 9º ano de escolaridade.
            As turmas 7º A, B e C decidiram aderir à segunda edição desta iniciativa, tendo feito campanha por quatro dos vinte e quatro livros nomeados a nível nacional: “A avozinha ganster”, de David Walliams, o preferido da Daniela Medina do 7º A, “Por treze razões”, de Jay Asper, o escolhido pelo Diogo Sousa, do 7ºB, “A lua de Joana”, de Maria Teresa Maia Gonzalez, defendido pela Luana Sá, do 7ºD, e “A culpa é das estrelas”, de John Green, publicitado pela Beatriz Cunha, também do 7ºD. Os alunos criaram cartazes e espalharam motivos alusivos a cada obra, falaram com os colegas de terceiro ciclo, que seriam os eleitores, procurando convencê-los a votar no “seu” livro.

















            No dia da eleição, segunda-feira, dia 23 de abril, data escolhida a propósito do Dia Mundial do Livro, todas as turmas, do sétimo ao nono ano, durante a manhã, se dirigiram à biblioteca para exercerem o seu direito de voto, fazendo-o dentro do regulamento de uma eleição política.
            Na mesa de voto estiveram a presidente da mesa, professora Ana Júlia Marques (substituída, sempre que necessário, pela professora Maria Generosa Rosa), e os representantes dos alunos que dinamizaram a campanha eleitoral: Ana Maria (7ºB), Leandro (7ºB), Margarida e Tiago (7ºD), a quem coube descarregar os cadernos eleitorais, conforme a presidente anunciava os eleitores.







          













             Esta atividade trouxe a Arcozelo o Dr. Tiago Brandão, Ministro da Educação, que quis assistir ao ato eleitoral e conhecer a escola. Estiveram presentes outras entidades, da Rede de Bibliotecas Escolares e da Visão Júnior, da esfera política e da comunicação social.
            O Ministro da Educação visitou uma sala de aula, na qual decorria uma aula de Português, com a turma 6ºB e a professora Celina Dias, com quem o Dr. Tiago Brandão teve uma agradável conversa sobre leitura e outras temáticas. No auditório toda a comitiva foi presenteada com dois momentos musicais dinamizados pelo professor Pedro Alves e as alunas Joana Antunes e Mariana Alves, enquanto viam passar imagens de atividades desenvolvidas no âmbito da leitura na biblioteca escolar (5 Minutos de leitura, Encontros com escritores, Projetos “Conta-nos uma história”, “Histórias da BE” e “Sábado na BE”). Após umas palavras do Senhor Ministro aos presentes, que se mostrou bastante agradado com as dinâmicas da escola e se encantou com as maravilhosas vozes das nossas alunas, dirigiu-se finalmente à biblioteca para assistir ao que o trouxe até nós: a eleição dos livros mais fixes 2018.
            Conversou com os alunos eleitores, com os candidatos, com os membros da mesa de voto e ainda com a turma A2C, da professora Marta, que estava na biblioteca a ler aos seus alunos a história “O soldado João”, de Luísa Ducla Soares, obra escolhida a propósito do 25 de abril. Uma conversa muito animada!












            Antes de terminar a sua visita, o Dr. Tiago Brandão concedeu uma entrevista ao Diogo e à Beatriz. Uma conversa descontraída, sem pressas, bastante agradável e esclarecedora.
            Beatriz – Bom dia, senhor Ministro da Educação! Somos a Beatriz e o Diogo. Gostaríamos que nos desse uma pequena entrevista para o jornal da nossa escola. Podemos contar com a sua amabilidade?
            Ministro da Educação – Podem…agora já não tenho outra saída… já estou aqui…
            Diogo – Hoje é o Dia Mundial do Livro. Na nossa escola fizemos uma campanha para votar no livro que achamos mais “fixe”. O senhor Ministro tem algum livro que o tivesse marcado em especial?
Ministro da Educação – Bom, eu tenho muitos livros que me marcaram de forma especial e tenho, acima de tudo, livros que me marcaram pela idade. Hoje é um dia muito especial, é um dia de eleição, e como alguns dos livros que são especiais para mim estão no processo de votação, e dizem as boas regras da democracia que no dia da eleição não se fala sobre os candidatos, eu não me vou poder pronunciar, por isso deixo aqui em aberto que os livros são todos fantásticos e, não tendo todos o mesmo grau de importância para cada um de nós, porque os livros são um pouco como as pessoas, há umas que nos marcam mais do que outras, não significa que umas sejam mais especiais do que outras… São mais especiais para nós e com os livros é exatamente a mesma coisa… Eu tive alguns livros que me marcaram de forma muito especial, porque me diziam muito, porque o tema me dizia muito ou porque me fizeram sonhar e me fizeram imaginar outros mundos. Há uma coisa fantástica para quem é leitor, isto de poder ser cidadão pleno e leitor, e a maravilha que nos dá a leitura, é algo único. Em cada altura da minha vida, eu tive livros que me fizeram sonhar, que me fizeram viajar, que me fizeram conhecer sítios que eu não conhecia e que depois tive oportunidade de conhecer, enquanto viajante, e sentir que muitos dos livros me tinham levado a muitos desses sítios muito marcantes. Mas falo-vos de um livro que, muito provavelmente, não leram e, se calhar, é muito cedo para vocês lerem; mas daqui a uns anos é muito importante vocês lerem, “A casa grande de Romarigães”, do grande mestre Aquilino Ribeiro. Romarigães é uma freguesia aqui muito perto, no concelho de Paredes de Coura, que tem uma quinta. Nessa quinta passou uma família, durante muito tempo, com uma grande saga familiar, de gerações de gerações, e que mostra muito, muitas das coisas que acontecem aqui na nossa região do Alto Minho. E esse livro marcou-me muito, porque se passava em muitos sítios que eu conhecia muito bem, com muitos costumes, com muitas marcas de sítios de que eu gostava particularmente, então deixo-vos aqui, para este vício da leitura para quando vocês tiverem 19, 20 anos… Até o podiam fazer antes, mas quando tiverem 19, 20 anos aventurem-se n’ “A casa grande de Romarigães”, do grande mestre Aquilino Ribeiro, que passou muito tempo aqui também por esta zona.
            Beatriz – Pode falar-nos um pouco da sua experiência como leitor? Que papel é que a leitura desempenhou ou desempenha na sua vida?
Ministro da Educação – Bom, a leitura é absolutamente única, é a fonte de liberdade, é a fonte de informação e, ao ser fonte de informação é fonte; isso de liberdade aumenta-nos os graus de liberdade na nossa vida. Mas a leitura foi para mim também muito lazer, muito ócio… mas também muita aventura e muita avidez de todo o conhecimento que fui tendo ao longo da vida. Sempre quis aprender mais… Eu também era de um sítio relativamente pequeno, como vocês são; e quando se é de um sítio relativamente pequeno, aparentemente pode ter-se um horizonte relativamente curto, mas isso não é verdade, como somos de um sítio pequeno, sonhamos sempre muito mais. As pessoas que são de sítios grandes, às vezes sentem que naquele sítio grande têm tudo para se sentirem em plenitude. As pessoas que são de sítios pequenos sentem sempre necessidade de ir mais longe. Pode ir-se mais longe pelas viagens que se fazem, pelos filmes ou pelos documentários que se veem, mas também se pode ir mais longe pelos livros que se leem e isso foi o que me aconteceu durante muito tempo. A leitura fez-me viajar e agora, para mim, é fonte de informação, é fonte de relaxamento, é fonte, como eu disse, de informação, de inquietação, ajuda-me no meu trabalho, ajudava-me também na minha ciência, por isso, a leitura está sempre presente. Abre-nos caminhos, faz-nos e aumenta-nos. Como eu dizia, a liberdade acima de tudo, porque nos informa e nos mostra que muitas das coisas que nos dizem, afinal, não são bem assim… Dá-nos também graus de liberdade para pensarmos diferente e para poderem outros, depois, quando nós escrevemos, seguir-nos e fazerem com que a sua liberdade aumente porque nós escrevemos para eles lerem. Isso também é muito importante. No fundo, isto é uma cadeia que pode ser infinita, alguns escrevem para nós lermos para sermos melhores leitores, melhores escritores, nós escrevemos e outros vêm atrás, e assim sucessivamente. Vocês gostam de escrever?
            Beatriz e Diogo – Sim.
            Ministro da Educação – Sim? Então façam isso, façam esse exercício e não façam esse exercício de escrever só para vocês, escrevam para outros também. Está bem? Mais coisas…
            Diogo – Sabemos que nasceu e cresceu numa vila aqui perto, no nosso distrito. A escola que frequentou quando era jovem era muito diferente da escola de agora? E como era a biblioteca?
            Ministro da Educação – Bom, a escola era diferente, porque diferente era o nosso país; mas não era uma escola muito diferente desta, tinha uma boa biblioteca também, muito cuidada. Quando eu era bem mais pequeno, quando tinha até 12, 13 anos, aproximadamente, não tínhamos biblioteca no concelho, mas eramos uns afortunados. Já ouviram falar na Fundação Calouste Gulbenkian? A Fundação Calouste Gulbenkian tinha e tem um programa cultural e de bibliotecas por todo o país mas, na altura, tinha umas carrinhas que eram bibliotecas móveis. Então, todas as terças-feiras, todas as semanas, das 5 às 7 da tarde, na praça de táxis, parava uma carrinha cheia de livros e eu ia lá sempre. E enquanto esperava a carrinha, esperávamos todos, íamos falando com os taxistas e contávamos um pouco dos livros que nós íamos e queríamos ler. Entrávamos naquela carrinha que trazia milhares de livros e requisitávamos todos os livros que podíamos; eu depois levava para casa. Eu tinha também uma boa biblioteca em casa e lia muito e na escola, também tínhamos biblioteca, por isso, essas várias bibliotecas, até uma carrinha que era biblioteca, foram mudando a minha vida. A escola tinha coisas diferentes, porque a sociedade portuguesa era diferente. A forma como eu via o mundo era diferente, porque era nos olhos de alguém que tinha, primeiro na sua meninice, depois na sua juventude, uma visão completamente diferente do mundo, não havia mundo digital, não é? Não havia, ou praticamente não havia, computadores, não havia Internet e, logo aí, tudo era diferente. Muitas das coisas que vocês agora procuram no Google, quando precisam de saber alguma coisa, nós tínhamos as enciclopédias, que ainda hoje existem e que são valiosas. Eu tinha em casa a enciclopédia Luso Brasileira da Cultura, com 21 tomos, 21 livros que eu sabia o início e o final de cada um deles, porque era por ordem alfabética. Quando estava a dar alguma coisa na televisão, imaginem que havia um grande evento desportivo na Costa do Marfim, eu ia automaticamente lá buscar, ia ver o que era a Costa do Marfim. Depois sabia quais eram os costumes, qual era a capital. Eu fazia isso muitas vezes, agora é muito mais fácil, porque à distância de um clic, e à distância de um dedo, está toda essa informação. Mas nós não, nós tínhamos a possibilidade de ter as bibliotecas e as enciclopédias que nos ajudavam, que agora continuam a existir, mas agora existe tudo à distância de um dedo.
            Beatriz – O que é que o senhor Ministro da Educação tenciona fazer para que a leitura continue a ser uma prioridade nas nossas escolas?
            Ministro da Educação – Bom, estamos a reafirmar do Plano Nacional de Leitura. Vocês já ouviram falar do Plano Nacional de Leitura? É um plano que começou há 11 anos, que nós retomamos e reformamos, dissemos que esse era um plano absolutamente fundamental para aumentar a leitura, para melhorar a leitura, não só em quantidade mas em qualidade nas nossas escolas, em parceria muito estreita com a Rede de Bibliotecas Escolares, que é uma rede, que existe em todo o país, de bibliotecas como esta, que, de certa maneira, tem um plano de atividades e que desafia as nossas escolas para o trabalho de articulação, em que a biblioteca é mais do que um sítio que é só e somente visitado pelos estudantes esporadicamente. A biblioteca é um sítio de aprendizagem, é uma extensão natural da sala de aula e aqui acontecem coisas absolutamente fantásticas na aprendizagem dos nossos alunos. É aqui também que se entende, por exemplo agora com os “Miúdos a votos!”, que a leitura é importante e que a votação e a eleição são coisas absolutamente fundamentais e que é preciso fazer campanha e publicidade, podermos, de certa forma, chegar mais longe na nossa leitura e na nossa democracia, mas alicerçarmos cada vez mais a leitura e fazer com que toda a gente entenda, desde terna idade, que a leitura é absolutamente fundamental, que nos faz viajar e que nos dá liberdade. E aqui, nesta escola, acontece uma coisa que acontece em muitos outros sítios, que é as famílias também virem à escola, também interagem e também criam este relacionamento com a escola de famílias leitoras de poderem vir à escola. Em muitos sítios levam também livros e podem ajudar, como diziam os vossos colegas mais novos, que muitas vezes levam livros daqui, mas que depois é com as famílias que os discutem. É esse trabalho de articulação entre os professores, as direções das escolas, as bibliotecas municipais – que muitas vezes têm articulação também com as bibliotecas escolares e com as famílias – que é preciso para que o livro possa ser central, porque nós sabemos que, independentemente da Internet e dos muitos ecrãs táteis que temos, dos muitos desafios, os livros vão sendo seres mágicos e fazem parte das nossas vidas. Então é isso que trabalhamos e é isso que esta escola, o senhor diretor, os professores fazem. Esta biblioteca não é um simples acessório nem periférico da vossa escola. É um sítio absolutamente central onde acontecem coisas mágicas como hoje estão a acontecer.
            Diogo – Muito obrigada pela entrevista. Os alunos da nossa escola terão oportunidade de a ler no próximo jornal.
            Ministro da Educação – Muito bem! Vou ficar à espera. E ficam vocês responsáveis de lembrar ao senhor diretor, quando sair o jornal, que eu quero receber uma cópia lá no meu gabinete. Pode ser?
            Beatriz e Diogo – Pode.
            Ministro da Educação – Não se vão esquecer?
            Beatriz e Diogo – Não.
            Ministro da Educação – Muito bem, obrigado.


            Na despedida, os monitores da biblioteca, alunos do quarto ano, também tiveram oportunidade de dialogar brevemente com o Dr. Tiago Brandão e tirar uma fotografia, para mais tarde recordar…



            A iniciativa “Miúdos a votos!” foi uma atividade muito bem-sucedida, pelo que se espera que, no próximo ano letivo, haja mais turmas envolvidas e mais livros em campanha. Porque ler torna tudo possível!
            O livro vencedor em Arcozelo foi “A culpa é das estrelas”, de John Green. Em breve saberemos os resultados a nível nacional.
            Parabéns a todos os que se envolveram na atividade!