É habitual
recebermos, nas nossas bibliotecas escolares, escritores e outras entidades
ligadas à leitura e à escrita. Aconteceu no primeiro período e voltou a
acontecer neste.
O
primeiro foi o escritor Paulo Santos, também apicultor, que, através dos seus
livros “Cuscas no Castelo de Guimarães” e “Cuscas na Torre de Belém” nos veio
falar, essencialmente, da importância das abelhas na continuidade e
sustentabilidade do planeta.
“As Aventuras da Cuscas”, com ilustração de Susana Lima,
é uma coleção que conta a história de uma abelha que visita vários monumentos
em Portugal. Estes livros abordam a importância das abelhas na nossa vida e,
com as aventuras da Cuscas, as crianças poderão ainda descobrir, de uma forma
lúdica e pedagógica, vários monumentos e momentos da história do nosso país.
No
dia 31 de janeiro esteve no Centro Educativo de Arcozelo, no dia 1 de fevereiro
no Centro Educativo de Refóios e no dia 6 de fevereiro no Centro Educativo de
Lagoas, fazendo várias sessões por escola, garantido que todos os participantes
entendiam a mensagem que pretendia passar.
Ficamos a saber,
entre muitas, muitas coisas, que a língua das abelhas é parecida com uma tromba
para sugar água e o néctar das flores; a rainha é a abelha mais importante da
colmeia; as abelhas alimentam-se de água, néctar e pólen; as abelhas são
responsáveis pela polinização, que consiste no transporte de grãos
de pólen de uma flor para a outra (polinização
cruzada) ou para o seu próprio estigma (autopolinização) e é através deste
processo que as flores se reproduzem; são responsáveis pela polinização de 70% das culturas agrícolas, com
destaque para as amêndoas (100%), as maçãs (90%) e os mirtilos (90%).
O
escritor/apicultor explicou que, quando as abelhas se aproximam de nós, não
devemos enxotá-las para evitar que nos piquem, uma vez que pensam estar a ser
atacadas e picar é a forma de se defenderem, apesar de morrerem quando largam o
ferrão; em vez disso, devemos manter-nos imóveis até que a abelha se afaste.
A
principal mensagem é a de que as abelhas são muito importantes para a nossa
continuidade.
“Se
as abelhas desaparecessem da face do globo, então o Homem teria somente quatro
anos de vida restantes. Sem abelhas não há polinização, não há plantas, não há
animais, não há homens.” – Albert Einstein
Ajudemos,
então, a preservar a espécie!
No dia 27 de março, no
âmbito da(s) Semana(s) da Leitura, recebemos Daniel Completo, que nos visitou
pela quarta vez, voltando a cantar e a encantar, e o prestigiado escritor
António Mota.
Vieram apresentar o livro
“Casa de palavras”, da autoria de António Mota, com poemas cantados pelo Daniel
Completo, numa parceria comemorativa dos quarenta anos de carreira de António
Mota.
Música e leitura são,
efetivamente, uma combinação perfeita!
Daniel Completo nasceu
em Lisboa e licenciou-se em Educação Musical, tendo iniciado a sua atividade
como professor do ensino básico no ano de 2000. Esteve ligado a um dos mais
genuínos registos da Música Tradicional Portuguesa, integrando o grupo
"Ronda dos Quatro Caminhos" nas décadas de 80 e 90.
Depois de editar vários trabalhos
infantis, fez parcerias com escritores bem conhecidos, como Luísa Ducla Soares,
cujos livros nos foram apresentados em anos anteriores, José Fanha, que nos
visitou no passado ano letivo, e António Mota, que tivemos o privilégio de
receber este ano.
António Mota nasceu no concelho de Baião, em 1957.
Em 1979 publicou o seu primeiro
livro, intitulado A Aldeia das Flores, e não mais parou de
escrever. É um dos autores mais lidos e premiados da literatura infantojuvenil
portuguesa, tendo cerca de noventa títulos publicados, e a sua vasta obra foi,
em grande parte, selecionada pelo Plano Nacional de Leitura. Recebeu vários prémios,
dos quais se destacam o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1983), o
Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (1990), o Prémio António
Botto (1996) e o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens,
na categoria «Livro Ilustrado» (2004). Em 2008, foi agraciado pela Presidência
da República com a Ordem da Instrução Pública.
Em 2014 foi nomeado para o prémio
ALMA por ser «um dos mais prolíficos escritores portugueses para a infância e
juventude» e por a sua obra ter «a singular qualidade de ser ao mesmo tempo
intemporal e universal». A nomeação repetiu-se na edição de 2015 deste que é um
dos mais importantes prémios internacionais na área da literatura
infantojuvenil. Ficamos a saber que “No Meio do Nada” é o seu primeiro livro para adultos,
publicado este ano, quando se comemoram os 40 anos de uma carreira literária a
semear histórias que alimentaram a imaginação de milhares de leitores.
Foram momentos inesquecíveis, de
muita leitura, música e boa disposição, lembrando que ler é, também, ser feliz...
Como sempre, as sessões, nos três
Centros Educativos, terminaram com uma sessão de autógrafos.
Na sessão do Centro Educativo de
Arcozelo também participaram os meninos e as meninas de 5 anos do JI de Arcozelo.
No dia 2 de abril recebemos, na BE de Arcozelo,
Álvaro Oliveira, autor do livro “Definições – encontro com o destino”, um livro
de poemas sobre as vivências do autor.
Álvaro Oliveira, ou Né Oliveira,
nome pelo qual é mais conhecido, tem 46 aos e é natural de Vila Verde.
Interrompeu os estudos para ir trabalhar, tendo regressado à escola para
concluir o 9.º ano; atualmente encontra-se a terminar o 12.º ano e pretende
ingressar no ensino superior.
Né Oliveira começou a escrever nas
pausas do trabalho, em pedaços de cartão. Sofre de Parkinson, mas não deixou
que a doença o impedisse de ser uma pessoa bastante ativa, tendo exercido
vários cargos políticos e associativos, entre os quais o de Presidente da Junta
de Freguesia de Barbudo e Chefe regional adjunto do Corpo Nacional de Escutas
de Braga. É Delegado regional da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson
e fundador e Vice-presidente da casa do brinquedo e da brincadeira.
Publicou os seus primeiros dez
poemas em 2000, na Antologia dos Jovens Poetas
do Baixo Minho. Em fevereiro de 2019 lançou o seu primeiro livro “Definições – encontro com o destino”.
Ficamos a saber que tem intenções de
publicar outro livro, em breve…
Né Oliveira falou da sua vida, da
sua doença, das suas escritas, deixando aos alunos presentes (9.º ano e ensino
secundário) a mensagem de que não devem NUNCA desistir dos seus sonhos.
O autor concedeu-nos, ainda, o
privilégio de o ouvirmos ler alguns dos seus poemas preferidos, entre os quais
um que dedicou à filha e outro ao seu pai.
Um encontro agradável que
testemunha, acima de tudo, uma enorme força de vontade; sem dúvida, um
excelente exemplo de vida…
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