sábado, 28 de fevereiro de 2015

Richard Zimler na Biblioteca Escolar de Arcozelo

Na quinta-feira, 26 de fevereiro, a Biblioteca Escolar de Arcozelo recebeu o escritor norte-americano, a residir há vários anos em Portugal, Richard Zimler.
Uma sessão muito dinâmica, que o autor agradeceu várias vezes, satisfeito com a organização e a participação dos alunos dos segundo, terceiro e quarto anos do Centro Educativo de Arcozelo, que presentearam Zimler com excelentes trabalhosacerca da obra que veio apresentar, Se eu fosse…, um livro que encoraja as crianças (e quem sabe os seus pais também) a ultrapassarem as suas limitações e convida-as a nadarem como um peixe tropical ou a cantarem como um melro, ou ainda a afastarem os banhistas da praia com um “sorriso de tubarão”. Um verdadeiro estímulo à imaginação dos mais pequenos, através de histórias de sonho e superação. O autor acredita que as crianças devem ter aventuras libertadoras para se tornarem adultos criativos e imaginativos, capazes de realizarem os seus sonhos.
Outro momento importante da sessão foi a conversa que estabeleceu com os alunos, evidenciando ser um excelente comunicador, com um sotaque encantador. Uma conversa baseada nas perguntas que os pequenos leitores efetuaram, às quais Richard Zimler não se limitou a dar uma resposta que apenas satisfizesse. Respondeu de forma clara, explicando um ou outro pormenor, dando a conhecer um pouco (ou muito) do ser humano por trás do escritor. Ficamos a saber, por exemplo, que a morte do irmão o afetou tão profundamente que o fez querer deixar a Califórnia. Um convite de trabalho no Porto efetuado ao seu companheiro de mais de trinta anos originou a sua vinda para Portugal.
Zimler começou a escrever com apenas cinco anos, mas publicou o seu primeiro livro já com quarenta, O último cabalista de Lisboa. Questionado sobre se alguma das suas obras é baseada numa história verídica, o escritor revelou que À procura de Sana, de 2012, uma história de amizade profunda entre duas mulheres, é baseada em factos reais, na qual o próprio escritor é personagem.
Relativamente às extraordinárias ilustrações da sua mais recente obra, Richard Zimler explicou que Aurélie de Sousa foi a ilustradora que apresentou a melhor proposta, indo ao encontro do que ele idealizara. Depois foi uma questão de acertarem pequenas alterações, de acordo com o que o autor tinha em mente quando escreveu o texto.
Zimler disse ainda aos atentos jovens que para se tornarem melhores escritores devem ler muito e entender bem as pessoas e tudo que os rodeiam, para depois darem corpo às personagens que criam.
Se eu fosse… é resultado de uma inspiração na própria infância e no carinho que sente pelos animais.
No final, como não podia deixar de ser, uma sessão de autógrafos.
Sem dúvida, um momento inesquecível para miúdos e graúdos, bem-disposto e muito produtivo. Contactar com um escritor é uma oportunidade única, uma motivação muito bem fundamentada para a leitura e para a escrita, competências essenciais à vida académica e em sociedade.
Obrigada, Richard Zimler, pela sua presença na nossa biblioteca e por ser quem é!





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