Sinopse do livro
Num
prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se
cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco
de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as
janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá
vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a
inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos,
o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase
normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que
o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos
estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira
de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma
tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das
personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o
passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre
o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e,
pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o
seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e
comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um
empreende pela redenção (in wook.)
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